História - O melhor do bairro de Próspera, Criciúma, SC

 Os fundadores 

 Tem-se como oficial a data de 6 de janeiro de 1880 como aquela do início da colonização de Criciúma. Há uma corrente que afirma que os italianos chegaram por aqui no final do ano de 1879. Seis de Janeiro, por ser a data dos Reis Magos e a do aniversário do Cel. Pedro Benedet, um dos imigrantes, foi convencionada como a da chegada dos italianos.

Integrantes de 22 troncos familiares, todos provenientes do Norte da Itália – Vêneto – foram os desbravadores deste município, a saber: Barbieri, Benedet, Billezimo, Casagrande, Dario, Darós, De Lucca, Martinello, Meller, Millanese, Milioli, Netto, Ortolan, Pavan, Piazza, Pierini, Pizzetti, Scotti, Sonego, Tomé, Venzon e Zanette num total de 141 pessoas.

Depois de 30 dias no mar, embarcados no Porto de Gênova, desembarcaram no Rio de Janeiro, baldearam para um outro navio e vieram a Florianópolis. Noutro barco, viajaram até Laguna e, daquele Porto, até Pedras Grandes, então município de Tubarão, em canoas e sobre carroças margeando o rio.

De Pedras Grandes, com o auxílio de carros de boi, cavalos e a pé, viajaram até Urussanga (Rancho dos Bugres) e dali, por picadas abertas por corretores de colônias e aquelas dos tropeiros provenientes do Planalto serrano, rumaram para as colônias que lhes foram reservadas ainda na península itálica.

Em Criciúma, alojaram-se num casarão que permitia – pelo menos – que as mulheres e os mais velhos tivessem um teto para se abrigar.

E começou a jornada. Dura jornada que contou com todas as adversidades imagináveis.

Plantaram a semente. Com muitas lágrimas e suor, regaram a planta dessa semente nascida. Deram-lhe o nome de Cresciúma, nome da vegetação gramínea que abundava suas terras centrais.

Numa crônica alusiva à passagem dos 122 anos de sua fundação, (6.1.02) foi sintetizada a sua história assim: “Criciúma festejou mais um aniversário. Daquele 1880 até aqui são passados 122 janeiros. Cento vinte e dois janeiros que comemoram muita luta, muito trabalho, muita fé, muita esperança, muita saudade. Partir para o eldorado prometido e encontrar as adversidades impostas por uma realidade bem diferente, onde tudo estava por ser feito, deve ter sido ‘uma barra’.

Fala-se da presença de bugres mas, com certeza, estes foram os que menos incomodaram haja vista que, ao final do Século XIX nossos silvícolas já tinham, praticamente, sido expulsos de todo o litoral. Onças e outros animais silvestres, estes sim em abundância, faziam arrepiar os cabelos dos nossos colonizadores.

Os meios de comunicação resumiam-se num caminho de tropeiros procedentes do planalto serrano e daquele percorrido pelos corretores que ganhavam dinheiro mapeando e vendendo colônias. Não havia correio nem telégrafo. Este luxo estava reservado para a praça de Laguna então a metrópole de todo o Sul.

Um misto de muita luta e de muito trabalho deve ter povoado a cabeça de cada um dos imigrantes, homens e mulheres, mulheres e homens que, não tivessem construído o que construíram mereceriam nossas palmas por essa teimosa tenacidade. E a fé. É preciso que nos situemos no tempo para encontrar aquele punhado de gente procedente da mesma região do Norte italiano, economicamente pobres, intelectualmente fracos mas, todos, muito fortes na fé. Fé em Deus a Quem temiam e louvavam na reza de orações que reuniam toda a comunidade numa e noutra casas a cada entardecer. Fé e esperança de que, num futuro não muito distante, a semente que plantassem daria bons frutos.

De muita saudade! Ah, a saudade! Este deve ter sido o mais intenso problema de toda aquela comunidade enfiada no meio do mato, longe da civilização, sem contato com os ficados ultramar. Se nós, nos confortáveis dias de hoje, com Internet e celular à disposição em qualquer lugarejo para nos comunicarmos com o mundo, já sentimos saudade de um ente querido que parte para um país distante, imaginemos qual teria sido a intensidade desse sentimento na cabeça de cada imigrante que deixou para trás, para nunca mais ser visto, todo um passado constituído de gente e de valores!?

A saudade deve ter sido descabidamente grande. Mas a italianada suportou. E cada lágrima foi colhida para regar a esperança de um grandioso futuro para os seus descendentes. E foi assim, de lágrima em lágrima, de saudade e de alegria, de dor e de esperança que ‘Criciúma nasceste menina, foi teu berço plasmado em carvão’ e hoje és esta aurora que brilha na constelação brasileira orgulhando a velha Itália por teres sido fundada por seus filhos no janeiro de 122 anos atrás. E parabéns ao Sr. Antonio Zanette compositor de "Criciúma de tanti genari", tão bem interpretado pelo Coral Seis de Janeiro. Auguri, italiani! Parabéns Criciúma!”

Cresciúma X Criciúma

O topônimo foi mudado para CRICIÚMA por uma iniciativa unilateral do agente da Estrada de Ferro que, não tendo interpretado o texto de um decreto do Presidente Getúlio Vargas, fez a troca para diferenciar de uma outra estação da malha ferroviária brasileira.

Emancipação

Criciúma foi território e distrito do município de Araranguá, do qual se desmembrou em 1925. Sua instalação se deu dia 1º de janeiro de 1926 com as posses de Marcos Rovaris, Superintendente; Francisco Meller e José Gaidzinski, suplentes do Superintendente; Pedro Benedet, Fábio Silva, Gabriel Arns, Olivério Nuernberg e Henrique Dal Sasso, Conselheiros.

A Comarca de Criciúma foi criada em 1944. Hoje é de 4a. entrância, com oito varas.

Do seu território foram desmembrados os Municípios de Nova Veneza, Içara e Forquilhinha.

O Carvão Mineral

Foi descoberto, por acaso, por Giácomo Sonego, em 1893. Dias depois de queimar uma coivara em suas propriedades, notou que algumas pedras fumegavam. Para satisfazer a curiosidade, pediu que Benjamim Bristot levasse-as para a fornalha de sua ferraria. As pedras queimavam, mesmo. Feitas as observações em laboratórios do Rio de Janeiro, veio a resposta: estava descoberto o carvão mineral que, extraído em escala industrial até os anos 70, se transformou na pedra angular de todo o processo de desenvolvimento de toda a região polarizada por Criciúma.

Diversificação Industrial

A partir dos anos 70, o carvão foi dando lugar, paulatinamente, a uma gama enorme de iniciativas industriais que transformaram a face de Criciúma. Grupos empresariais foram constituídos e o carvão, já no final dos anos 90, deixou de ser explorado em todo o território municipal. Hoje Criciúma desponta como um centro tecnológico, cerâmico, plástico e de confecções. A indústria da construção civil está em plena ascensão e a metragem quadrada construída a cada ano é uma das mais altas de todo o Estado catarinense.

Educação

Somente a partir de 1957 Criciúma passou a contar com estabelecimento de ensino de 2º grau. Em 1966, foi criada a Fundação Educacional de Criciúma à qual foram acometidas as sagradas tarefas de implantar o ensino superior em seu território. Aquela Fundação, em 1998, receberia a aprovação para se transformar em universidade: Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina, UNESC, com diversos cursos de graduação e de pós-graduação. Somam-se a UNESC diversas outras escolas isoladas que ministram cursos de nível superior.

Cultura

A Fundação Cultural de Criciúma catalisa as ações voltadas à cultura especialmente no resgate de nossos costumes. Festas como Corpus Christi, Santa Bárbara, Natal, Seis de Janeiro e Carnaval fazem parte de um rico calendário de eventos do Município.

A Academia Criciumense de Letras, fundada em 1997, por sua vez, é o centro irradiador das ações dos criciumenses voltadas às letras. Criciúma, hoje, é uma das praças que mais editam livros no território barriga-verde.

Esportes

No campo amador, a Fundação Municipal de Esportes e a Liga Atlética da Região Mineira coordenam a área desportiva com muita competência. Competições em nível local, regional e até nacional têm sido programadas e executadas com singular eficácia. Na área profissional o CRICIUMA ESPORTE CLUBE tem sido o referencial. Várias vezes campeão catarinense de futebol e, em 1991, Campeão da Copa Brasil, o ‘Tigre’ - como é carinhosamente chamado por seus torcedores - tem proporcionado grandes pugnas futebolísticas para a grande Região do Sul de Santa Catarina.

O Criciúma Esporte Clube já conquistou, também, os títulos do campeonato brasileiro da série B (2002) e da série C (2006).

Política

A maioria dos partidos políticos constituídos no Brasil contam com diretório organizado em Criciúma.

Administração

Administraram Criciúma, de 1926 a 2000: Marcos Rovaris, Cincinato Naspolini, Elias Angeloni, Hercílio Amante*, Addo Caldas Faraco (eleito três vezes), Alfredo Bortoluzzi, João Carlos de Campos*, Carlos Octaviano Seara*, Luiz Lazzarin*, Paulo Preis, Sinval Rosário Boherer, Napoleão de Oliveira*, Nery Jesuíno da Rosa, Arlindo Junkes*, Ruy Hülse, Nelson Alexandrino (João Sonego), Algemiro Manique Barreto (Fidelis Bach), Altair Guidi (eleito duas vezes - Mário Sônego, Ademir Uggioni), José Augusto Hülse (Roseval José Alves), Eduardo Pinho Moreira (Anderlei Antonelli), Paulo Meller (Maria Dal Farra Naspolini) Décio Gomes Góes (Carlos Alberto Barata), Anderlei José Antonelli (Gelson Hercílio Fernandes).

Obs.: os nomes assinalados com * são de prefeitos designados pelo interventor federal de Santa Catarina ou interinos eleitos pela Câmara Municipal.

As eleições de 3 de outubro de 2004 apontaram Décio Gomes Góes, candidato à reeleiçäo, com Edílson Medeiros a vice-prefeito. Vencedores. O Tribunal Regional Eleitoral, em decisäo confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral, julgando ação que imputou crime eleitoral à referida chapa, determinou a diplomação e a posse de Anderlei Antonelli - Gelson Fernandes.

Sinopse

Fundação – 6 de janeiro de 1880.
Emancipação – 4 de novembro de 1925.
Instalação – 1º de janeiro de 1926.
População: 188233 habitantes (censo de 2000)
Eleitores (em duas zonas eleitorais): 128692
Área: 235,628 km².
Posição Geográfica: 46 metros acima do nível do mar.
Coordenadas Geográficas: 28º40’28”de latitude sul e 49º22’02”de longitude W.GR.
Sede da microrregião do carvão e da Associação dos Municípios da Região Carbonífera.
Limites: Norte com Morro da Fumaça e Cocal do Sul; Sul, com Forquilhinha e Maracajá; Leste com Araranguá e Içara; Oeste com Siderópolis e Nova Veneza.

Fonte: Archimedes Naspolini Filho