História - O melhor do bairro de Cidade Nova, Manaus, AM

O rápido crescimento da economia do país, a intensificação das atividades portuárias e, sua integração no contexto da economia internacional exigiram uma reorganização do espaço urbano nas capitais. Essa reorganização tinha que ser condizente com o novo modelo econômico e preocupado com o social. Acompanhando esses avanços, Manaus com o modelo Zona Franca, a partir de 1967 também inicia seu processo de crescimento e começava a enfrentar o maior de todos os problemas sociais, que era a questão da moradia.

Interioranos deixavam suas comunidades migrando em direção a capital sem se preocuparem com os riscos, em busca de uma garantia nos moldes da globalização industrial. Manaus, portanto, inchava sem nenhuma perspectiva de acerto. Foi pensando neste inchaço que há 24 anos, o então governador José Lindoso decidiu prover moradia à população de baixa renda criando o projeto “bairro Cidade Nova”. Nascia, portanto, o maior conglomerado habitacional da cidade de Manaus.

No início foram 1.800 casas, para atender a população oriunda do interior em busca de emprego no Pólo Industrial de Manaus, além dos habitantes às margens do rio Negro que viviam em palafitas, sem nenhuma estrutura urbanística. Quando foi criado o projeto, nem se imaginava que esta parte da Zona Norte iria crescer tanto e assustadoramente. Preocupado com este crescimento, no início do governo Gilberto Mestrinho, o projeto bairro Cidade Nova recebeu novos investimenos para a construção de novas casas (desta vez, chamadas de embriões, devido suas dimensões terem fugido ao projeto inicial).

Formado por vinte núcleos

Na segunda fase, o bairro Cidade Nova foi projetada em forma de núcleos separados e pouca comunicação entre si. Cada núcleo era responsável por seu próprio desenvolvimento. O tempo foi implacável neste sentido. Atualmente, o bairro Cidade Nova é um grande aglomerado humano formado de 20 núcleos, além de abranger outras comunidades em seu entorno (fruto de invasões), conjuntos e condomínios. Um projeto que tomou proporções além do planejado e sem o mínimo de estrutura urbana. Fazendo parte do bairro  Cidade Nova estão os conjuntos e comunidades entre eles, Renato Souza Pinto I e II, Ribeiro Junior, Francisca Mendes, Manoa, Mundo Novo, Osvaldo Frota I e II, Amazonino Mendes, Mutirão, Oswaldo Américo, Américo Medeiros, Canaranas, Vale do Sinai, Monte Sinai, Campo Dourdado, Riacho Doce, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Boas Novas entre outros. Mais recentemente foi construído fazendo parte da Zona Norte e agregados a ela, os conjuntos Galiléia, São José da Barra I e II e Nova Cidade.

Para os especialistas no assunto, o bairro  Cidade Nova se tornou o maior conjunto habitacional de Manaus com uma população estimada em 300 mil habitantes dos quais, segundo dados de pesquisa levantada pelo vereador Tony Ferreira, de 125 mil eleitores, sendo o maior colégio eleitoral da capital, maior que muitos municípios do Estado.

Apesar do aumento contínuo e acelerado da ocupação humana o barro Cidade Nova, nos últimos anos ganhou um terminal de integração de transporte coletivo, implantação de agências bancárias (Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal), um supermercado (Hiper DB), auto peças, lojas de armarinhos, metalúrgicas, postos de gasolina, lojas de departamentos e eletro domésticos, drogarias, academias de ginásticas e uma praça de alimentação. Está última, na entrada do Renato Souza Pinto e Canaranas.

O bairro  Cidade Nova revela ainda com seu crescimento uma concentração de templos religiosos dividindo o mesmo espaço sete igrejas católicas, setenta e três capelas e mais de duzentas evangélicas. A primeira igreja católica construída no bairro foi a São Bento (próxima do terminal 3, dividindo a Cidade Nova I e II). Durante sua edificação e trabalho e evangelização esteve à frente o padre italiano Pedro Vignola, segundo contam os primeiros moradores e que estiveram no trabalho de mutirão para a construção da igreja, o padre era um incansável operário da fé. Atualmente o padre Pedro se encontra na Itália fazendo tratamento de saúde.

Com o crescimento demográfico e populacional, o bairro  Cidade Nova ainda é carente com a falta de espaços para que a comunidade possa desenvolver atividades sociais, culturais e esportivas.

Em toda sua extensão não há praças públicas, cinemas, biblioteca e um centro social nos moldes dos grandes bairros, fazendo com que seus habitantes se desloquem a outros pontos da cidade em busca de lazer e entretenimento.

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Fonte: Jornal do Commércio
12.01.2006-GC